Definindo Consciência

A palavra consciência não é fácil de “colocar” na nossa mente. Eu me lembro quando ouvi pela primeira vez o Kabbalista Rav Berg usar essa palavra em 1990, eu não tinha idéia do que significava em um sentido prático. Nos últimos 23 anos, a minha compreensão da palavra consciência aprofundou-se. Tornou-se mais prática na medida em que foi sendo alterada e felizmente elevou-se neste caminho difícil, mas de valor inestimável e gratificante chamado Kabbalah.

É engraçado. O Rav sempre me disse que a Kabbalah é simples. Não é fácil, o Rav esclarece, mas é simples. Chegar a esse destino chamado simples é um caminho desafiador e difícil de viajar. O Rav sempre diz que você sempre saberá quando encontrou a verdade quando algo se tornar simples o suficiente para compreensão de qualquer um. Se um conceito está revestido de complexidade, e for complicado ou sofisticado quando for tentar explicar, há uma grande chance de que isso não seja a verdade.

Hoje, para mim, a palavra consciência é um termo muito mais simples de entender do que era há 23 anos atrás.

Então, como podemos explicar a consciência no significado kabalístico de modo que seja prático e compreensível por quase qualquer um?

Primeira coisa, precisamos aprender o que não é consciência!

Consciência não é o intelecto ou a inteligência.

Agora vamos pegar um exemplo simples para explicar o que é a consciência.

Pense lá na sua infância.

Você lembra da primeira vez que andou de bicicleta?

Intelecto é saber a informação necessária para andar de bicicleta. Por exemplo, nós sabemos que você tem que pedalar para acelerar e atingir o movimento para frente. Sabemos que temos de nos equilibrar para que a bicicleta não balance ou tombe e assim não venhamos a cair no chão, ralando os braços ou joelhos. E nós sabemos também que devemos orientar o guidão na direção que desejamos ir.

No entanto, ter todas as informações não significa que iremos dominar a arte de andar de bicicleta. Embora saibamos o que devemos fazer, a primeira vez que andamos de bicicleta éramos praticamente incapazes de manter o nosso equilíbrio. Éramos incapazes de coordenar os vários aspectos do andar de bicicleta. Geralmente, foi um dos nossos pais que segurou a bicicleta pela parte de trás do assento de modo que não tivéssemos uma queda desagradável.

Alguns de nós tinha rodinhas nas bicicletas para que pudéssemos praticar sem cair.

DO INTELECTO ATÉ A CONSCIÊNCIA

Chega então o momento, depois de muita prática, quando finalmente dominamos a bicicleta e conseguimos andar por conta própria. Isso acontece logo depois que literalmente nos tornamos um com a bicicleta, agora estamos a andar pelo nosso bairro a toda velocidade sem sequer pensar sobre os movimentos necessários para andar de bicicleta.

Esse momento de união é chamado de consciência. Especificamente, é a consciência do “andar de bicicleta.”

Antes do andar de bicicleta tornar-se algo natural na sua vida, era só algo intelectual.

A ORIGEM DA CONSCIÊNCIA

A Kabbalah ensina que existem duas realidades – o mundo do 1% que percebemos com nossos 5 sentidos. E o mundo dos 99% que é a fonte de toda a sabedoria, conhecimento e felicidade.

Os 99% é um reino de consciência infinita. Vamos examinar isso melhor. O Rei Salomão disse certa vez: “Não há nada novo debaixo do Sol”.

Ou seja, todas as músicas já compostas, todas as invenções já criadas ao longo da história, todo o conhecimento da humanidade  existia na realidade dos 99% como parte de uma força infinita da consciência que a Kabbalah chama de “A Luz”.

Por exemplo, o conceito ou força de consciência chamada de bicicleta, bem como a consciência de andar de bicicleta, já existe na realidade 99%. À medida que praticamos o andar de bicicleta pela primeira vez, estamos na verdade construindo um receptor (desejo) dentro de nós, atraindo aos poucos a força de consciência chamada “andar de bicicleta” para preencher esse desejo. Depois de uma certa quantidade de prática, o nosso receptor está finalmente construído e a frequência particular de consciência agora se derrama sobre nós. PRONTO! Estamos andando em uma bicicleta. É tão natural como uma segunda pele. É como uma brisa.

Agora adivinha? O mundo perfeito já existe.

Mas ao longo dos últimos milhares de anos, estamos sendo lentamente, de maneira gradativa, atraídos para as diferentes forças de consciência que trará à tona o perfeito e feliz mundo da existência.

Temos praticado a arte de sermos humanos há mais de 2000 anos. Por exemplo, na área de viagens, passamos de cavalo para charretes, bicicletas, trens, ônibus, automóvel. Logo após inventamos os aviões  e finalmente construímos os jatos de luxo supersônicos.

À medida que nossa consciência se desenvolve, mais próximos ficamos do conceito perfeito de transporte.

O mesmo acontece com a ideia de uma casa. Primeiro, vivíamos em cavernas, depois em tendas, cabanas e então casas de tijolo ou casas de pedra. Hoje temos  belas casas e apartamentos em condomínios com ar condicionado e luxuosas comodidades que soaria como misticismo para as pessoas que viveram apenas 500 anos atrás.

Agora podemos fazer a seguinte pergunta: Por que está demorando tanto tempo para desenvolvermos e progredirmos em direção à meta de um mundo perfeito, onde as nossas casas, nossas cidades, nosso transporte, nossas necessidades de energia, o nosso entretenimento e nossa tecnologia e comunicação e saúde são absolutamente perfeitos?

Aqui está o segredo há muito guardado para o desencadear do poder da consciência humana. Consciência, como eu disse, não se trata de intelecto. Se trata realmente sobre nossa pureza como povo. Pureza significa o nosso desejo de compartilhar, nossa vontade de amar e identificar os bloqueios que nos impedem de compartilhar, amar e cuidar do próximo.

Esse bloqueio é o ego humano.

O PODER DA CONSCIÊNCIA

Há duas maneiras de fazermos contato com o reino dos 99%. Uma maneira é através da dor e do sofrimento, como temos feito ao longo do últimos milênios. Esta é a forma mais lenta de evoluir como povo e como comunidade mundial.

A segunda maneira é transformando nosso ego e nossos desejos egoístas. Cada vez que nós diminuímos nosso ego, nos conectamos com a realidade dos 99%. Tanto a transformação do ego quanto a dor e sofrimento irão nos ajudar a evoluir. A transformação do Ego é o caminho da misericórdia e é mais agradável. Sofrimento individual e global é o caminho do julgamento e da dor.

A única razão pela qual o mundo tem experimentado mais progresso nos últimos 100 anos do que todos os outros séculos juntos é porque o Zohar foi revelado pela primeira vez na história no início do século XX. Não há outra razão pela qual a tecnologia e a física de repente explodiram, transformando nosso mundo da noite pro dia. Nós fomos de carroça para a nave espacial em um pouco mais de algumas décadas.

É algo inédito.

A razão pela qual o Zohar abriu as comportas da consciência humana é porque o Zohar é a principal ferramenta para transformar o ego e, portanto, transformar o mundo. O Zohar é a maneira misericordiosa e agradável para nos transformarmos e evoluirmos e nos conectarmos com o projeto do paraíso que existe na realidade dos 99%.

Da mesma forma que devemos praticar o andar de bicicleta usando o nosso intelecto até aquele momento mágico quando fazemos contato com os 99% e, portanto, andar de bicicleta torna-se algo natural, temos de transformar o nosso ego praticando o compartilhar usando as ferramentas da Kabbalah. Rav Ashlag,o fundador do Kabbalah Centre, explica desta maneira: À medida que praticamos ser proativos e pessoas generosas, que tratam os outros com dignidade, lentamente nos transformamos até esse momento mágico quando o desejo da nossa alma para compartilhar se torna natural e manda no nosso ego. E assim o compartilhar e o cuidado tornam-se tão naturais para nós. E então o Israelita vai amar um muçulmano como ele ama seu próprio irmão e irmã.

Dessa forma, teremos dominado a consciência da Divindade, a característica semelhante a Deus de compartilhar incondicionalmente com nossos semelhantes.

Preste atenção a essa ideia agora: Quando esse momento épico acontecer, a nossa ligação com os 99% será de 100%. Isto significa que todas as “ideias”, as invenções, as curas e tecnologias para criar um mundo perfeito de existência imortal e completude irão se derramar sobre toda a humanidade e nós vamos construir esse mundo perfeito da noite pro dia.

Todos nós que estudamos Kabbalah sabemos que devemos compartilhar. Sabemos que não devemos ficar com raiva. Sabemos que não devemos ter medo. Sabemos que temos de ter certeza em face aos obstáculos. Sabemos que a morte é uma ilusão. Sabemos que o Messias e o mundo perfeito logo virá. Mas tudo isso é só o intelecto. Nós ainda não dominamos esse estado de consciência. Porque quando nós dominarmos, tudo isso se tornará tão natural em nossas mentes que, logo em seguida, tudo se manifestará em nossas vidas. Nós montaremos a bicicleta do paraíso e nunca mais olharemos  para trás.

Então, por agora, nós praticamos. É por isso que usamos os 72 Nomes de Deus todos os dias. É por isso que escaneamos, lemos e aprendemos ou simplesmente levamos o Zohar conosco para onde quer que vamos. Estamos construindo o nosso desejo, nosso recipiente e nossa consciência. Estamos angariando força e coragem para diminuir o auto-interesse e ego.

O Zohar é a ferramenta absoluta e a mais poderosa tecnologia que temos para identificarmos rapidamente nosso caminho para a perfeição do mundo e a transformação do nosso intelecto na verdadeira consciência semelhante a Deus.

Esse é o presente que Deus deu para a humanidade.

Agora, pegue esse presente e pratique;

Todo dia.

Pratique acreditar nisso. Pratique o compartilhar essa semana. Pratique derrotar seu ego em toda oportunidade que tiver.

Saiba que Rabbi Shimon está segurando a bicicleta para que você não caia.

E então o Rabbi Shimon soltará a bicicleta, e você conseguirá guiar por conta própria.

Esse é o poder do Zohar.

Vamos lutar para apreciar isso.

Webinar Gratuito com Billy Phillips

Em um webinar gratuito, Billy compartilha algumas ideias e insights poderosos sobre o motivo pelo qual os ensinamentos secretos de Jesus estão surgindo neste momento da história. Billy também compartilha a resposta revelada pelos Kabalistas, incluindo uma seção censurada do Zohar que foi deletada na Idade Média.

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Billy Phillips

Billy Phillips é aluno do Rav e da Karen Berg desde 1989. As opiniões expressadas aqui têm como base seu próprio aprendizado e 22 anos estudando a sabedoria da Kabbalah. Apesar de ser aluno do Kabbalah Centre, as visões e artigos que apresenta aqui se relacionam com sua experiência e refletem sua visão pessoal e não são uma representação oficial do Kabbalah Centre e de seus ensinamentos.

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4 Responses

  1. Fernando diz:

    Eu tenho plena consciência disso.Sou muito grato por ler essas palavras.
    Que assim seja

  2. Helena diz:

    Pratico a Kabbalah; procuro compartilhar e tenho sede em fazer isso. Gostaria de saber se existe uma diferença substancial entre mágoa e ódio? Quando somos humilhados publicamente, para um grande público, a ideia é não reagir. Mas isso deixa marcas, como eliminar? Grata

    • Billy Phillips diz:

      Isso só deixa marcas se permitirmos que nosso ego governe o nosso comportamento. se usarmos a humilhação como uma oportunidade para lavar o ego, e se nossa consciência durante o acontecimento for de realmente limpá-lo, uma grande transformação irá acontecer e trará mais bênçãos. Isso não é fácil, mas funciona. 🙂

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